sexta-feira, 27 de julho de 2007

O nosso amigo WES está de volta!!




segunda-feira, 23 de julho de 2007

Robert Capa


#Robert Capa; 1929
Um dia de férias perfeito: passeio pela praia da Costa Nova, pela manhã, almoço em casa e início de tarde a ver mais uma etapa da Volta à França com o meu pai.

sábado, 21 de julho de 2007

Robert Frank


sexta-feira, 20 de julho de 2007

Fire to the people

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Os espaços em branco



"-Deve estar avisada do que lhe pode acontecer para não se sentir responsável. Há coisas prontas a agarrar-nos sem que demos conta. Coisas com que não sonhamos e para que não há salvação.
-O quê? - disse ela, atemorizada.
-O que nos salva é a eficiência, a devoção pela eficiência - disse Bruno, cabisbaixo, como se estivesse a lembrar-se duma frase que não era a dele.- Eu tornei-me um perito, ninguém me pode igualar no que faço. Sei tirar a vida de uma pessoa sem que ela o possa evitar. Apanho-a e pronto. Não receia nada e, de repente, acabou-se tudo, a respiração para, o sangue pára nas veias.
-Não percebo. A eficiência de que serve?
-Impede a perdição. Nós caminhamos sobre uma crosta muito fina da civilização. A todo o momento ela se pode romper e mergulhamos no mais porfundo dos horrores, ao pé de que o horror que conhecemos não é nada. Nem a guerra, nem o vício, nem a doença, nem o apocalipse inteiro se lhe compara.-Calou-se e disse a seguir:-já leu Joseph Conrad?
-Não- disse ela em voz baixa.
(...)
Não lhe apeteceu leu Joseph Conrad e até se esqueceu do nome dele. Até que aquilo a possuiu e se achou completamente à mercê de uma força bruta. Não era amor mas uma arrebatamento desfocado, como se estivesse a ser alterado pela distância, uma distância imensa desde o infinito. O amor era uma forma de eficiência, alguma coisa necessária para despistar o horror. "
"Os espaços em branco"
Agustina Bessa Luís


quarta-feira, 11 de julho de 2007

Artigo de Eduardo Prado Coelho no Público

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais o que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há
pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.
Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é muito chato ter que ler) e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde os nossos políticos trabalham
dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser compradas, sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como matéria-prima de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa.
Esses defeitos, essa CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA congénita , essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de
qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são
portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não
poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa outra coisa não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa Portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda..
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem,
francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!

EDUARDO PRADO COELHO

sábado, 7 de julho de 2007



Um verdadeiro presente, ao entardecer em Lisboa, de costas para o rio: TV on the Radio. Gente verdeiramente especial, inventiva, forte, como as suas canções.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Caramulo


Foto tirada pela minha mãe, a excelente fotógrafa na sombra que pertence ao não menos famoso clube de fotografia do José Estevão

Etiquetas:






Os Arcade Fire foram simplesmente magníficos, ontem no SuperBock, SuperRock. Tambores e pandeiretas no ar, o som dos violinos, os coros, e muitas, muitas palmas...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Liçoes de fotografia com Joel Meyerowitz